Resolvi hoje escrever sobre a cinomose porque venho percebendo que em algumas regiões de São Paulo, principalmente próximas à periferia, que é o caso do pet onde trabalho meio período, as pessoas não tem acesso às informações corretas sobre ela. Muitas, vacinam seu cão só quando filhote, acreditando que a doença não afeta adultos, ou ainda há uns poucos que nem nunca ouviram falar na própria doença e são pegos de surpresa com o animal doente e com sintomas terríveis que a doença traz. A cinomose é transmitida por um vírus, que também pode afetar furões. O virus está na secreção oral, ou nasal,sendo muito fácil de ser transmitido,pelo ar contaminado,podendo ainda ficar em comedouros, roupinhas e casinhas do bicho. A boa notícia é que ele não sobrevive muito tempo no ambiente onde sejam utilizados desinfetantes comuns para limpeza, mas ele é bem resistente em épocas de frio,então todo cuidado é pouco; por isso sempre que for introduzir um animal novo num ambiente que já esteve um animal contaminado, o ideal é que esse novo animal já esteja com o esquema de vacinação concluído. O triste é que a cinomose é muito grave. O vírus chega a degenerar a bainha de mielina, que é uma membrana que envolve os neurônios, causando sintomas neurológicos, muitas vezes horríveis de se presenciar, como paralisia do animal, vocalização , convulsões. Os sintomas iniciais são febre, secreção nasal e ocular, apatia, perda de apetite. Muitas vezes, ela aparece primeiramente como uma pneumonia, porque é muito comum ter infecção bacteriana junto com o vírus. No exame de sangue, presenciamos a leucopenia, linfopenia, indicando que o organismo está imunologicamente debilitado. Hoje em dias existem testes específicos para a doença que saem em pouco tempo. O grande problema que enfrentamos é que ela é sim, extremamente difícil de ser tratada. Poucos animais sobrevivem e quando sobrevivem apresentam sequelas neurológicas como espasmos musculares ou até convulsões.Antigamente não tínhamos muitas alternativas, a não ser fazer tratamento suporte , como fluidoterapia para desidratação, antibióticos para conter infecções secundárias e alguma medicação neurológica disponível no mercado e rezar, rezar muito para que o organismo reagisse. Como eu disse, a mortalidade é alta. Hoje em dia temos algumas drogas novas sendo utilizadas com um pouco mais de sucesso , até na fase neurológica, o que tem me animado mais quando pego casos dessa doença. O fato é que ela é muito fácil de ser evitada. Se as pessoas souberem como evita-la corretamente. Vacina, gente, não é só a contra raiva não. As vacinas conhecidas como V10 ou V8 são as que protegem contra a cinomose e elas tem que ser dadas até o fim da vida do animal, e todo ano. Animal idoso também pega cinomose e pega mais fácil ainda por estar com o sistema imunológico mais debilitado por conta da idade. Aí sempre vem alguém me questionar porque tem tanto vira lata por aí, sem vacina e com saúde. Ah e quantos a gente não vê e nem sabe que morre todo o tempo dessa doença?? Os que sobreviveram ou que nunca desenvolveram são os sortudos, a exceção! Então, se você de repente, não tiver como levar pra vacinar, existem os serviços veterinários em domicílio como o meu , que levam as vacinas acondicionadas em bolsas térmicas pra fazer a vacinação no conforto da sua casa. Simples e fácil!
A Galinha se salvou. Depois de muita dedicação e vontade de fazer com que ela sobrevivesse ,do Zé Renato, dono dela. Não foi fácil, mas graças a Deus e à São Francisco ela se recuperou e está ótima. Com a grande maioria dos infectados não é assim, por isso não deixe de vacinar, consulte sempre um veterinário. Dúvidas ou comentários , podem me escrever aqui ou lá na fan page Isa Casline Veterinária!
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